quinta-feira, 14 de abril de 2011

Acontece

Era uma vez o acaso. Era uma vez uma noite comum e uma decisão que mudaria tudo. A menina mais sensata jamais sairia do eixo. Porque, se está tudo certo? A filha que toda mãe pediu à Deus. E ela deu duro para ser assim. Mas naquele dia seria diferente. Ela pegou o ônibus de sempre e se sentou perto da janela, como sempre. Choviscava um pouco e ela olhava os pingos na janela quando sentiu uma presença ao seu lado. Ela olhou para ele e ele sorriu. Ela nunca faria aquilo, mas sorriu de volta para aquele desconhecido. Ricardo puxou conversa, falou umas coisas sem sentido e sem saber por que, ela respondia. Nunca foi de falar muito, mas Aline conversou bastante com o rapaz que trabalhava em uma papelaria. Depois daquela conversa os dois saíram, se curtiram e ele se apaixonou. Ela também, mas como uma mulher estabilizada, com uma vida confortável e um futuro estável, ficaria com um “papeleiro” que ganhava menos de um salário mínimo, não sabia o que queria da vida e já tinha idade demais para estar perdido? Nossa como ela sofreu, mas decidiu ficar com o salário de 8 mil reais, a maturidade e a rotina de um gaúcho que apareceu no meio do caminho. A rotina cansou e o gaúcho ficou chato demais.

Mas aí Aline quis reviver a intensidade e o inesperado de novo. Agora Ricardo estava um pouco melhor no trabalho, mas não estava mais apaixonado por Aline. Ela, porém, caiu de amores por ele. Mas ela era tinhosa. Dizia que não. “É só sexo, gente!” Ok! Mas ela sofria por ele. Queria sentir de novo o amor nos seus olhos e por mais que sua mãe não aprovasse, ela queria estar com ele. O tempo passou e eles continuaram “só fazendo sexo” até que ela engravidou. O que mamãe diria? Dana-se! Ela estava feliz. Era o filho deles, o filho que ela queria tanto de alguém que ela amava tanto.

Por telefone ela lhe contou. Ele se assustou. Disse o que não devia. Ela chorou, mas deu um tempo a ele. E de repente ele voltou a amá-la. Ele a quis como queria antes. E eles decidiram ficar juntos. Mas Aline desconfiava, Tinha algo errado ali. Um dia o futuro se foi de dentro dela e eles se apoiaram. Continuaram juntos e ele teve um aumento. Ela perguntou o que ele queria e ele não soube responder. Com o tempo Aline começou a desconfiar e as palavras soltas e conversas fiadas deram fim aquela história que tinha tudo para dar certo. “Ela deu um passo maior que a perna”, diriam uns, “Ela confiou demais”, dizia sua mãe “E se deu mal”, completava ela. E daí? Todo mundo caiu depois de dar o primeiro passo e ninguém nunca desistiu de andar.

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